China “a posteriori” III

© Luís Filipe Catarino – Chengdu e Leshan, China – 19/8/2010

Os bons gigantes

A chuva, na China, parece não largar os dias de pura felicidade. Foi assim na Grande Muralha, em Datong, quando visitámos as Yungang Caves, com os seus budas esculpidos nas paredes rochosas das montanhas, e foi assim nos momentos mais excitantes da segunda metade da viagem. Em Sichuan, a província mais próxima do Tibete, fomos conhecer os pandas de Chengdu e o maior buda do mundo, em Leshan. Ver os pandas chineses é uma experiência que deixa qualquer um emocionado. Por isso, os “ohhhhhh” prolongados quando os observamos a comer, ou a brincar uns com os outros, são inevitáveis. Quem quer ver estes “bichinhos” grandalhões em acção tem uma tarefa madrugadora pela frente: entrar bem cedo no parque. Mas vale a pena. Vale bem a pena! Vê-los ali, sabendo que estamos na China, são imagens que se registam como postais ilustrados de momentos que serão eternos nas nossas memórias de viagens. Mesmo com a chuva desagradável a servir de banda sonora indesejada para uma manhã tão feliz.
Já o Grande Buda de Leshan tem a capacidade de nos impressionar pelas suas dimensões extra, extra, extra large. Dos seus 71 metros de altura, o buda, mesmo sentado, ergue-se numa encosta banhada pelo rio, posto de observação milenar sob a história da China. É, desde 2001, o maior buda do mundo, depois do fanatismo e falta de tolerância talibã ter destruído, com uma força de dinamite, dois budas no Afeganistão. O buda de Leshan sobreviveu à revolução cultural de Mao Tsé-Tung e hoje representa um precioso património da humanidade, reconhecido pela Unesco em 1996.

© Alexandra Ho