Rokia Mágica – Magic Rokia

Photos © Luis Filipe Catarino

No passado dia 28 voltei a ver Rokia Traoré ao vivo. Ao contrário do ano passado, em que a maliana actuou no Castelo de Sines, na última noite do Festival Músicas do Mundo, desta vez apresentou-se no ambiente mais íntimo do Lux, em Lisboa. Nos dois concertos um denominador comum: a excelência.

Rokia é na actualidade um dos maiores nomes da música africana. Segundo disse durante o concerto, foi descoberta em Bamako, nas sessões de rua que fazia com amigos para cantar e tocar. O descobridor foi o baixista da banda que a acompanha, Christophe “Disco” Minck (um dos melhores que já vi), que a “apadrinhou” neste caminho até à fama. E a fama não poderia ser mais merecida.

Depois de ter assistido ao incrível concerto de Sines, pensava que Rokia dificilmente conseguiria suplantar aquela noite mágica. O certo é que o fez. Se bem que o cenário não tinha muralhas, a conquista do público do Lux começou logo no primeiro tema, e a audiência foi vencida no primeiro ataque pelo ritmo alucinante.

Não houve tréguas nem no  encore (quinze minutos só com um tema) e, como se não bastasse depois de duas horas de concerto, Rokia ainda sai do palco e regressa segundos depois de guitarra acústica nas mãos, acompanhada em trio pelo baixista e por Mamah Diabaté, o homem do n’goni, para finalizarem com “M’Bifo”, uma música que me traz pungentes recordações do Mali, e que deixou por fim os espíritos em paz.

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Last week I attended again to a Rokia Traoré concert. Not as last year, where the malian singer performed in Sines Castle, in the last night of “Músicas do Mundo” Festival, this time she presented herself in the more intimate ambience of Lux, in Lisbon. In the two concerts one thing in common: excellence.

Nowadays, Rokia is one of the most important names in african music. As she mentioned during the concert, she was discovered in Bamako, in the street sessions she organized with friends to sing and dance. The discoverer was her band’s  bass player, Christophe “Disco” Minck (one of the best I’ve saw), who served as a “godfather” in her way to fame. And fame could’t be more deserved.

After attended the incredible gig in Sines, I thought that Rokia could hardly overpass that magical evening. The thing is that she did. Even though the scenery didn’t have castle walls this time, the conquest of the audience started right in the first music, and the spectators were defeated in the first attack by the allucinating rythm.

There were no truce even of the encore (15 minutes with only one piece) and, as it wasn’t enough after two hours of concert, Rokia then leaves the stage and comes back seconds after with her acoutic guitar on her hands, joined in a trio by the bass player and Mamah Diabaté, the n’goni player, to end up with “M’Bifo”, a song that brings me very moving remembrances from Mali, and that finally left the spirits in peace.